As Vitaminas – Um pequeno tratado de estudo – Parte 2 – Vitaminas Lipossolúveis

Pedro Tomelleri
 
Vitamina A – a carência leva a cegueira noturna, dano nos epitélios, da córnea, traqueo-bronquial, intestinal e vaginal. Susceptibilidade a infecções secundárias das alterações dos epitélios glandulares e de revestimento (epitélio = pele ou mucosa que revestem o corpo ou órgãos).
Excesso: diferentemente de quase todas as vitaminas, a vitamina A não pode ser prescrita com a justificativa de que não faz mal. Altas doses de vitamina A (por exemplo: causas dermatológicas crônicas), provocam mal estar, anorexia, fragilidade nas unhas, perda de cabelos, gengivite, hepatopatia cirrogena (cirrose do fígado), nas crianças pode provocar hiperosteose cortical (subperiostea) = (crescimento anormal do osso debaixo da capa do osso.)
Para um homem adulto foi estabelecido por órgãos dos Estados Unidos e Inglaterra a quantidade de 5.000U.I de betacaroteno = 3mg de betacaroteno, ou seja, 750mcg de retinol que é igual a 1,5mg de vitamina A ao dia.
Fontes
Vitamina A pré – formada: retinol – fígado e rins de animais terrestres e aquáticos, leite integral, creme de leite, queijos, manteigas, peixes e gemas de ovos.
Próvitaminas: carotenóides – vegetais folhosos, legumes (especialmente os de cor amarelada) ou frutas.
Vitamina D – A carência desta vitamina é a principal causa de raquitismo infantil; na presença da luz solar, se transforma em D3 que é a vitamina que favorece a fixação de cálcio nos ossos, pois regula o metabolismo do cálcio e do fósforo simultaneamente. Sua carência é mais comum em países frios (com pouco sol), já nos países quentes ocorre em crianças muito confinadas,
Sintomas de deficiência: pernas deformadas (genu varun ou genu valgun), costelas afundadas pelo diafragma (tórax em funil) ou externo (peito de pombo), protrusão de abdômen (ventre de rã), dentes defeituosos e deformações da pélvis (região baixa dos quadris).
Alimentos que podem diminuir a absorção do cálcio são: espinafre, cacau, chocolate, beterraba e chá.
Excesso: no homem adulto a dose tóxica é geralmente de 100.000UI diária por 1 ou 2 meses e para crianças de 20.000UI a 40.000UI diariamente. Conseqüências: hipercalcemia e conseqüente dano renal e calcificação metastásica dos tecidos moles. Sintomas: náuseas, lassidão, vômitos, anorexia, sudorese profusa, cefaléia, sede vertigem.
Recomendações diárias: A FAO recomenda de neonatos até 6 anos 10mcg; dos 7 até a idade adulta 2,5 mcg em ambos os sexos, na metade final da gestação e na lactação 10mcg/dia.
Fontes: As maiores são óleo de fígado de bacalhau, arenque, atum e várias espécies de cação. Peixe de água doce é o lambari, também conhecido como piaba.
 
Vitamina E – A carência desta vitamina leva à fibrose pancreática, deposição de hipopigmentos como ceroides e lipofucsina encontrados em intestinos de adultos que apresentam má absorção de gorduras e esteatorréia (diarréia gordurosa).
Excesso: não se conhecem intoxicações por excesso apenas, apenas que em injeções intramusculares, pode acarretar irritação local.
Recomendações diárias: 10mg para homem adulto, 8 mg para mulher adulta durante a gestação e mais 3mg durante a lactação; infantes até 6 meses – 3mg; até 1 ano – 4mg; de 1 a 3 anos – 5 mg; de 4 a 6 anos – 4mg.
Fontes: Germe de trigo e seu óleo, óleos de soja, arroz, milho, algodão, girassol, gema de ovos, vegetais folhosos e legumes, preferencialmente.
Vitamina K – sintomas, incremento á tendência a hemorragias, equimoses (manchas roxas), epistaxes (sangue pelo nariz), melenas (hemorragias intestinais), hemorragias pós operatórias, hematoúria (sangue na urina).
Excesso: Praticamente não apresenta excesso, sendo bem tolerada, mesmo em doses altas. Somente para recém nascidos deve-se evitar doses acima de 5mcg, durante os primeiros dias vida.
Recomendações diárias: Difícil prever, pois é produzida pela flora intestinal, variando conforme a mesma. Alguns estudiosos recomendam 0,03mcg/dia.
Fontes: Aspargos, fungos, espinafre, couve flor, repolho, trigo, aveia e leite de vaca.
 
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TABELA DE COMPOSIÇÃO QUIMICA DOS ALIMENTOS –  GUILHERME FRANCO ATHENEU EDITORA.
 

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