As Vitaminas – Um pequeno tratado de estudo – Parte 4  – Vitaminas Complexo B

Pedro Tomelleri
 
Vitamina B1 – A carência desta vitamina mais notável é o beri beri, anorexia, vômitos, insônia, palidez, agitação e edema na face e extremidades, oligúria (pouca urina), convulsões que podem levar a óbito, taquicardia, dispnéia e edema (inchaço) dos membros inferiores. Os três últimos afetam mais etilistas idosos (dependentes alcoólicos).
Excesso: A toxidez da vitamina na forma de pirofosfato de tiamina é apenas 1/3 daquela do cloridrato de tiamina. O risco maior que pode levar a óbito é na forma de injeção intravenosa e por vezes até intramuscular.
Recomendações diárias: Para sintomas leves de neurites (dores de origem nervosa) para beribéri dos alcoólatras e a síndrome de Werneck de 50 a 100mg por via oral.
Fontes: Legumes, raízes, leite, vísceras, pescado, no ovo só a gema tem (a clara é uma das poucas exceções de sua ausência nos alimentos), leguminosas especialmente o amendoim, gérmen de trigo e cereais integrais.
 
Vitamina B2 – A carência ocorre raramente causando glossite com vermelhidão (língua inchada e vermelha), estomatite angular (inflamação na boca e gengivas) e, finalmente dermatite seborreica no sulco naso labial, no nariz e na testa, dermatite na região anogenital (região entre as pernas) e sensação de queimação nos pés.
Excesso: não se conhece nenhum efeito adverso. Essa vitamina é especialmente não tóxica.
Fontes: carnes, vísceras, leite, queijo, ovos e vegetais folhosos, legumes e frutas (especialmente com cores abóbora e alaranjados).
Fontes: vísceras animais, salame, farinha de trigo integral, carnes, peixes, amendoim (a maior fonte) pimentão e outras leguminosas.
 
Vitamina B3 – Devido à presença desta vitamina em quase todos os alimentos, isso dificilmente ocorre, porém, em casos clínicos graves podemos ter mal estar, cefaleias e câimbras na região abdominal, aumento de incidência de infecções no trato respiratório superior.
Excesso: Praticamente não apresenta reações adversas em altas doses.
Recomendação: Não exatamente definido, para alguns pesquisadores deveria ser de 4 a 12 mg/dia.
Fontes: Encontrado em quase todos os alimentos, sendo seus maiores expoentes: fígado, rim, coração, levedura, ovos, leite, manteiga, trigo, centeio, soja, brócolis e cogumelos.
Vitamina B6 – sua carência ou deficiência leva a lesões seborréicas nos olhos, nariz e boca, glossite e estomatite, acessos convulsivos, déficit mental, toxidez gravídica com deterioração da capacidade mental do recém – nascido.
Excesso: tem baixa toxidez, com praticamente poucos efeitos.
Recomendação: Foram estabelecidos para adultos: 2mg/dia e durante gestação e lactação 2,5mg/dia.
Fontes: levedo seco, carnes, batata, aveia, banana, germe de trigo, nozes, limão, cenouras, etc.
 
Vitamina B12 – A carência desta vitamina causa anemia perniciosa (hoje praticamente desconhecida), anemia megaloblástica, verificada apenas entre veganos, pois não comem carne, ovos ou leite (as maiores e quase únicas fontes); ou em pessoas com problemas de absorção alimentar pode se apresentar após processos que lesam a mucosa intestinal como a ileíte (infecção do íleo), gastrectomia (remoção do estômago), síndrome celíaca, ou ainda, devido á intervenção na flora intestinal devido a diverticulose intestinal (saquinhos que se formam no intestino) ou infestação de Diphilobotrium Latum
Excesso: Não se conhecem casos e efeitos naturais para essa vitamina, devido a pequena quantidade que existe em todos os alimentos.
Recomendação: Não é bem definida, porém, avalia-se que, seria bom 0,3mcg até um ano; 0,9mcg de 1 a 3 anos; 1,5mcg de 4 a 9 anos e 2,0mg dos 10 anos em diante. Outros estudiosos consideram que o ideal seria 3,0mcg para homens, 5,0mcg para mulheres. O que se sabe é que 1,0mcg é suficiente para curar a anemia perniciosa.
Fontes: Fígado, ostras, salmão cru, carne de vitela, queijo camembert, galinha, aveia, farinha de soja, leite.
Nota: sabemos que bactérias intestinais produzem essa vitamina, porém somente algumas pessoas conseguem absorver a mesma.
 
Vitamina H – Embora rara, a deficiência pode ocorrer, apresenta: conjuntivite, dores musculares, lassidão, dermatite esfoliativa, crianças com a síndrome de Leiner´s podem apresentar eritrodermia descamativa.
Excesso: Não se observou até hoje caso de toxidez por excesso.
Recomendação: Embora seja desconhecida sua necessidade no ser humano, consideram os estudiosos da área que 150 a 300mg são suficientes.
Fontes: Gema de ovos, fígado de porco, fígado cozido, couve flor, ervilhas secas, feijões.
Palazzo do Diet Light –  “Melhor Comprar de Quem Sabe o que Fala”
 
BIBLIOGRAFIA
BAKER E.M. et. al. Vitamin B6 requirement for adult man, Amer J. clin. Nutr 15 ;59, 1964
BRESLAU R.C. Hypervitaminosis A; acute vitamin toxicity Arch. Pediat. 74: 178, 1957
CHESLOCK K.E. McCully MT Response of human beings to a low vitamin B6 diet, J. Nutr.70: 507, 1970
COUNCIL OF FOODS AND NUTRITION. American Medical Association: Importance of vitamin C in the diet, J.A.M.A. 160: 1470,1956
COURSIN d.b., Seizures in infants with Pyridoxine- deficient diet J.A.M.A.154: 406, 1954
DONALD E.A. et. al. Vitamin B6 requirement of young adult womens, Amer.J. Clin.Nutr.24:1028, 1971
FRIMTER G.W. et al. Vitamin B6 dependancy syndromes – new Horizons in nutrition, Amer.J. Clin. Nutr.22:794,1969
HEYSSEL R.M.et al. vitamin B12  Turnover in man, Amer. J. clin.Nutr. 18:176,1966
HODGESR.E. et. al. Clinical manifestations of ascorbic acid deficiency in man, Amer. Clin.Nutr.24:432,1971
HORWITT M.K. et. al. Effect of dietary depletion of Riboflavin, J. ntr. 39:357, 1949
HORWITT M.K., editors, Symposium vit E: Biochemistry, nutritional requirements and clinical studies, Amer. J.Clin.Nutr.9:939,1974
MANGAYUCHUNG A.S. et. al. folic acid, vitamin B6, pantothenic acid, and vitamin B12 in human dietaries, Amer. J. clin.Nutr.9:573, 1971
MONTENERO P., Antibiotici ed eliminazione urinaria di lattoflavina, Acta Vitamin. 5: 204,1952
MONTENERO P., Piridoxina e diabete, Acta Vitamin. 2, 55,1961
MORTON R.A. Fat soluble vitamins  (pergamon press, Oxford 1970
ONDAHL J.L. De Luca H.F. Regulation of vitamin D, metabolism and function, Physiol. Rev.53, 327, 1973
SANTINI R .et al. The distribution of folic  acid active compounds in individual foods, Amer.J. clin. Nutr. 14: 205, 1964
SEBRELL W. H. BUTLER R.E., Riboflavin deficiency in man, Public Health Rep.54:2121, 1939
VILTNER R. W. , folic acid, In wohl,M.G.,avd Goodhart, R.S.ed. Modern nutrition in health and disease (Lea & Febiger, Philadelphia 1964
WILLIAMS R.J., Early experiences with pantothenic acid, a retrospect, Nutr. Rev 12: 65, 1954
MANUALI DI DIETOLOGIA –  FERRO EDIZIONI
TABELA DE COMPOSIÇÃO QUIMICA DOS ALIMENTOS –  GUILHERME FRANCO ATHENEU EDITORA.
 

Deixe seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *